Prestes a completar dois meses da morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, atacado por uma onça no Pantanal sul-mato-grossense, a conclusão derruba quaisquer especulações e ressalta o que muitos pantaneiros já sabiam: foi um caso de ceva. O incidente também levou a uma “superdemanda” de especialistas na região, tanto para estudar o caso como atuar na criação de protocolos mais rigorosos e orientar a população.
“É lamentável o incidente que houve recentemente, lamentamos pela família, a dor de uma pessoa querida, porém, ficou comprovado que ele [Jorge] era pautado por uma relação promíscua, havia ceva. E acabou gerando a aproximação, este comportamento. Tivemos outros casos, de jogar milho para queixada e outras espécies, por exemplo. No dia que a pessoa falta, o animal vai lá buscar e não conhece os limites”, afirmou Ângelo Rabelo, diretor do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).
Conforme Rabelo, tanto o Instituto quanto diversos especialistas agora reiteram este fato. “Tivemos esta superdemanda e o Cenap [Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros] está trabalhando, construindo protocolos mais rigorosos. Nós moramos dentro do Pantanal e a cheia sempre trouxe a aproximação destes animais silvestres, que procuram, principalmente, comida mais fácil, e é aí que eu falo que o cachorro que está chamando a onça a todo tempo”, argumentou.